quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MINHA ALDEIA

A minha aldeia é tão pequenina

Que num amplexo a envolvo, inteirinha;

Seu teto é feito de azul celestial,

De uma porta sem aldrabas,

E duas janelas, somente,

Uma janela para entrar o sol nascente

A outra janela para encantar o sol poente;

De luz é toda cheia

A minha aldeia.

Vilamendo de Cima

Vilamendo de baixo

Artes da toponímia,

Que a dividiu com um fio de linha

Como se fora um caminho,

A minha aldeia.

Minha terra é guardada

Por uma sentinela de crista enfunada,

Cuja morada é a torre do vento;

É tão velho, tão velho este guardião

Destas terras de Agadão,

Que já perdeu a noção do tempo

E até o rumo do vento.

Fica o pobre em sobressalto

Quando o sino grandão,

Grita bem alto

As horas que se vão.

Minha terra é toda beleza

Que é um encanto de se ver;

Tem colinas e outeiros,

E montes azuis e altaneiros

Onde a lua faz serão;

Tem um rio de águas saltitantes,

E mil fontes

Lágrimas da Princesa moura do Aljião,

Que perdeu seu coração

E por ali ficou encantada.

Eduardo de Almeida Farias

16 jan.2010

Obs. Sujeito a modificações

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