A minha aldeia é tão pequenina
Que num amplexo a envolvo, inteirinha;
Seu teto é feito de azul celestial,
De uma porta sem aldrabas,
E duas janelas, somente,
Uma janela para entrar o sol nascente
A outra janela para encantar o sol poente;
De luz é toda cheia
A minha aldeia.
Vilamendo de Cima
Vilamendo de baixo
Artes da toponímia,
Que a dividiu com um fio de linha
Como se fora um caminho,
A minha aldeia.
Minha terra é guardada
Por uma sentinela de crista enfunada,
Cuja morada é a torre do vento;
É tão velho, tão velho este guardião
Destas terras de Agadão,
Que já perdeu a noção do tempo
E até o rumo do vento.
Fica o pobre em sobressalto
Quando o sino grandão,
Grita bem alto
As horas que se vão.
Minha terra é toda beleza
Que é um encanto de se ver;
Tem colinas e outeiros,
E montes azuis e altaneiros
Onde a lua faz serão;
Tem um rio de águas saltitantes,
E mil fontes
Lágrimas da Princesa moura do Aljião,
Que perdeu seu coração
E por ali ficou encantada.
Eduardo de Almeida Farias
16 jan.2010
Obs. Sujeito a modificações
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