Como sabem este fim de semana foi de arromba em Agadão. São também estes os momentos em que as pessoas se encontram e conversam em torno ou de um café ou de um fino bem fresquinho porque a tarde a isso convidava.
Estavam os homens da música atarefados a montar um palco que mais parecia uma estrutura de suporte a um prédio de três andares, quando, á porta do tasco do Carlos Grande se juntaram dois "jovens" um da Freguesia - o Ti Faustino do Lázaro - e outro natural do Braçal de S. João do monte e cujo nome não fiquei a perceber bem se era Mário ou ser era Manuel... a confusão tinha a ver com com o registo do Mário quando nasceu em que alguém trocou o nome... bem para o caso não era importante mas pareceu-me que ele respondia mais pelo nome mais curto.
São "jovens" na casa dos 80 anos mas que, olhando bem para eles, ainda têm naquelas faces marcadas claramente por uma vida dura, aquele olhar malandreco.
As conversas variavam desde as aventuras do Ti Faustino no Lázaro com os meliantes que volta e meia "lá iam dar uma volta" e que o levavam a olear a amiga de cinco tiros que tem lá em casa, até à bela chanfana que se come em S. João do Monte a "seguir à ponte" e que está sempre "repleto de povo" á espera de poder "assentar a beiça" numa caçoila dela.
Eu ouvia-os falar e deliciava-me com aquelas histórias de um princípio de tarde no banco à porta do tasco numa aldeia de uma qualquer serra deste nosso querido Portugal, e confesso que de vez e quando, se o tema se começava a esgotar, introduzia um novo tema que sabia que eles iam gostar... só para os ouvir falar... um momento único... tenho pena de não ter tirado uma foto... eventualmente não se repetirá.
Quebrou-se apenas com o barulho ensurdecedor do conjunto, apimentado pelas propositadamente pouco vestidas dançarinas que regalaram os olhos de alguns espectadores....
Para mim a festa já teve o seu momento alto.
Havemos de nos voltar a encontrar... numa tarde quente no cruzeiro... sem tanto barulho e quem sabe podemos ouvir a harmónica do Horácio como que a emoldurar uma conversa genuína de gente genuína.
Gostei.
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